
DICAS DE VIAGEM
Da compra do carro até sair de viagem foram cerca de seis meses nos preparando, procurando com isto retirar o maior proveito da viagem e minimizar ao máximo os problemas. Valeu a pena. Agora começaremos a digitar a nossa experiência, que estará sendo sempre atualizada. Gostaríamos da sua participação com suas opiniões e sugestões, independente se você já fez ou não uma viagem como esta, pois pretendemos seguir em novas aventuras e, se possível, até maior que estas e uma pequena e simples sugestão pode fazer uma grande diferença. Se você já fez uma viagem como esta, publique o seu comentário colocando suas experiências, nós agradecemos e muito, afinal suas experiências também poderão fazer a grande diferença em nossa próxima viagem. Se precisar de alguma informação que não conste no Blog, publique a sua pergunta, não esquecendo de colocar o seu e-mail, que teremos o maior prazer em responder ou, se quizer, pode direcionar suas perguntas diretamente para o e-mail
willrolim17@yahoo.com.br
O Carro
Viajar com o próprio carro tem suas vantagens como estar na intimidade de sua família, ir para onde quizer, quando quizer, parar para fotografar quando quizer, mas para isto é bom lembrar que é bom estar com o veículo com a documentação em dia, segurado, revisado, procurar saber antecipadamente se pelo trajeto encontrará peças para a marca e modelo do seu carro, assim com serviços. Nós levamos peças para freios, rolamentos, elétrica, ignição, cabos, suspensão e correias, pois já tinha informação que na Argentina não teríamos problemas, mas no Chile, caso precisássemos, haveria dificuldades para encontrar peças para volkswagem modelo parati.
Procure revisar o carro a cada 5.000 quilômetros, você mesmo pode fazer isto quando for trocar nesta quilometragem óleo motor, sendo que não aproveite o filtro de óleo e o troque também, não é bom misturar resto do óleo antigo com o novo, principalmente quando falamos de óleos sintéticos. Verifique o nível do óleo de caixa e ali aproveite que vão levantar o seu carro no elevador elétrico para verificar se existe qualquer vazamento de óleo e/ou fluídos pelo motor, caixa de transmissão e rodas. Aproveite também para verificar o estado das pastilhas de freio.
Outra coisa importante é alinhar o veículo a cada 5.000 quilômetros, vale a pena gastar muito pouco e preservar seus pneus que são muito caros. Pneus são fabricados para durar, em média, 50.000 quilômetros, mas podem durar muito menos se o alinhamento e balanceamento não estiverem em dia. Não esqueça do rodízio dos pneus, mas isto é aos 15.000 quilômetros.
Para evitar aborrecimento com prestadores de serviços que possam querer cobrar mais caro só pelo fato que você é turista, procure levar consigo uma tabela de serviços, pois em média os preços são muito parecidos em qualquer lugar do mundo e tendo esta tabela , uma pequena calculadora e um bom "choro", você evita pagar caro por serviços automotivos. Um exemplo disto foi nos 14.200 que rodamos, apenas uma vez precisamos parar o carro e foi para trocar um rolamento de roda traseira que vinha roncando. De início me cobraram $ 200 pesos argentinos, argumentamos que no Brasil trocamos por cerca de $ 70 pesos. Conversa vai, conversa vem e conseguimos trocar o rolamento por $ 100 pesos.
Os policiais rodoviários Argentinos cobram muito a apresentação do Seguro Carta Verde, seguro para o veículo obrigatório, é um seguro para terceiros e que custa em média U$ 80,00 por mês. Este seguro você pode fazer pela seguradora de sua preferência ou até mesmo em agências do Banco do Brasil mais próximas das fronteiras. Nós preferimos antecipar e iniciamos a viagem com o seguro em mãos, não queríamos arriscar em encontrarmos alguma burocracia na hora de atravessar a fronteira, apesar de ter conhecido antes da viagem um brasileiro que disse ter feito o seguro numa agência do Banco do Brasil em Uruguaiana-RS e foi tudo muito rápido.
A legislação de trânsito argentina e chilena exige que você conduza seu carro com os faróis baixos ligados mesmo durante o dia, exigindo ainda, além do que é exigido pelas leis de trânsito do Brasil, que você tenha disponível no carro 2 triângulos, kit primeiros socorros, cambão, mortalha (lençol branco), velas e fósforos.
CNH Internacional
Documento de uso obrigatório, conhecido oficialmente como Permissão Internacional para Dirigir Veículo, PID, mas que em nenhum momento nos foi cobrado.
A sua obtenção é simples e rápida, mas no Estado do Rio de Janeiro só é possível retirá-la no Detran da Av Presidente Vargas, Centro, Rio de Janeiro. Basta você pagar o DUDA correspondente no bando Itaú e agendar através de telefonema para o Detran, 0800. Dá entrada num dia e pega no outro. A validade e categoria é a mesma que consta na sua CNH nacional.
GNV
Na Argentina o bico da bomba de abastecimento de GNV, lá eles falan GNC, é maior, razão pela qual você precisa adquirir um bico adaptador para abastecimento. Deixamos de comprar via internet para comprar na Argentina e arrependemos, pois não achamos e tivemos que modificar o sistema de entrada do nosso carro, que acabou nos dando problemas quando retornamos para o Brasil, portanto, se possível, adquira antecipadamente o seu bico adaptador.
Os carros licenciados para GNV na Argentina, possuem um adesivo que vai fixado no para-brisas do carro, adesivo esse que eles chamam de "oblea" e que os frentistas argentinos sempre cobram pela oblea. Somente em dois postos da rede YPF que não conseguimos abastecer, mesmo mostrando a nossa licença e explicando que no Brasil não existe oblea fixada no para-brisa, no mais conseguíamos abastecer apresentando a nossa licença, apesar que passamos a dar preferência em abastecer GNV nos postos de redes menores e em cidades do interior, pois os frentistas são mais gentis e menos intransigentes com relação ao uso da oblea.
Na Argentina pela costa leste, você encontra GNV até a cidade de Comodoro Rivadávia, daí para o sul não tem mais abastecimento de GNV, mas desta cidade se for para Bariloche via Sarmiento, você encontrará abastecimento de GNV, mas não se preocupe caso não encontre GNV, pois a gasolina Argentina é muito boa e muito barata. O meu carro é um Volkswagem Parati Trackfield motor AP 2.0 equipado GNV com cilindro de gás de 15 metros cúbicos, isto é, um motor que não é muito econômico, ainda mais com o peso de tanques de gasolina e gás sempre cheios, somando a isto o uso constante do ar condicionado. No Brasil este carro faz em média 10.5 quilômetros por litro de gasolina. Na Argentina eu fazia em média 15 quilômetros por litro, isto porque a gasolina deles é muito boa, não tem álcool como a brasileira e nem é "batizada com solventes".
Se for viajar de carro com GNV no inverno para o regiões com temperaturas próximas de zero graus, providencie o aquecimento do GNV pelo sistema de arrefecimento de seu veículo, pois caso contrário o GNV pode congelar no sistema. Você pode deixar a instalação pronta antes da viagem, mas só acione o aquecimento do GNV nestas localidades com clima próximo de zero graus, pois o consumo de GNV aumenta muito se você o aquecer em localidades com clima quente.
As Estradas
As estradas e respectivas sinalizações na Argentina, fazendo uma classificação de ruim a excelente, nos classificamos, de um modo geral, as estradas Argentinas como boas mas com sinalizações regulares. Em Buenos Ayres constatamos que as sinalizações atendem muito bem a quem mora na cidade, mas quem vem de fora, até mesmo argentinos, vão ter dificuldades, pois as sinalizações só indicam avenidas e bairros locais, não indicando as saídas para as rodovias e/ou outras cidades, dificultando bastante o deslocamento.
A rodovia 14 que liga Paso de Los Libres a Buenos Ayres está com muitos trechos em obras, dificultando em muito a viagem.
Vale lembrar que turismo é o maior investimento no mundo, sendo que ninguém consegue fazer turismo se não tiver como chegar, é o ítem número um para uma cidade que quer explorar o turismo, então não dá para endender como nos dias de hoje países da América do Sul ainda perdem muito por não cuidarem melhor de suas estradas, portos e aeroportos.
No Chile classificamos a rodovia panamerica 5 e sua sinalização como muito boa, destacando que esta estrada de Osorno até La Calera, cerca de 100 km acima de Santiago, não passa por dentro de qualquer cidade, não obrigando você a perder tempo com lugares que você não quer passar e ficar parando em semáforos e engarrafamentos locais, além disso essa estrada possue excelente serviços como estações de serviços gratuitas com banheiros limpos, banhos com água quente, wi-fi e segurança particular. Nos postos de combustíveis da rede Copec você encontra tudo isto assim como restaurantes, lanchonetes, lavanderia, lan house, etc. com preços baixos. Podemos disser, de um modo geral, que o Chile está bem a frente do Brasil e Argentina no que se refere a estradas.
Dinheiro
Na Argentina assim como no Chile você pode sacar dinheiro em vários bancos ou caixas eletrônicos, mas não esqueça de comunicar, previamente, o seu banco e a operadora do cartão de crédito.
É claro que em viagem por qualquer país do mundo você sempre tem que ter dinheiro em espécie em mãos do país onde você está, sendo que no Chile você pode usar seu cartão para efetuar pagamentos na maioria dos estabelecimentos comerciais, mas na Argentina ainda existem vários estabelecimentos, como postos de combustíveis e alguns hotéis que não aceitam pagamento com cartão de crédito, real e nem mesmo em dólar e, como eles falam, "somente pagamento efetivo", portanto, para evitar problemas durante a viagem pela Argentina, procure sempre ter uma quantia a mais de pesos argentinos na carteira.
Fotografia
Já que pensa em viajar por localidades tão lindas, com paisagens extonteantes surgindo a cada momento, a viagem pede então uma boa máquina fotográfica, podendo ser uma semi-profissional, mas fácil de usar e com bons recursos. No mercado você acha ótimas marcas semi-profissionais por cerca de U$ 500,00.
Não esqueça de levar um cartão de memória reserva, bateria reserva e carregador de bateria bi-volt automático e automotivo, isto é muito importante, pois presenciamos pessoas embarcadas no glacial de Perito Moreno reclamarem na última hora que não poderiam fotografar porque a bateria estava descarregada ou porque a memória já estava lotada.
Leve também um notebook e aproveite que tanto na Argentina como Chile você encontra wi-fi aberta não só nos hotéis e pousadas como também em postos de gasolina, praças públicas, etc.
Procure sempre baixar as fotografias não só no seu notebook, como também num pendrive, seu site, blog e/ou e-mail. Não corra o risco de seu notebook "travar" e você perder todas as fotos.
Segurança
Tanto na Argentina como no Chile você sente que está em países seguros, mas não relaxe, pois conhecemos brasileiros que tiveram seu motorhome arrombado e furtado na cidade de Bariloche, um dos ocupantes do motorhome teve sua máquina fotográfica e cartões de memória furtados. Foi um contato rápido que tivemos com eles num posto de combustível logo que entramos na Argentina e não sei se ele salvou em algum arquivo as fotos de sua viagem, espero que sim. Por isto sempre procuramos deixar o carro em estacionamentos fechados e sempre nos hospedamos em hotéis e pousadas com garagem própria.
Vestuário
Se for visitar o sul da Argentina, sul do Chile e Cordilheira dos Andes, não deixe de levar bons agasalhos, pois mesmo no verão as temperaturas podem cair muito de uma hora para outra e o melhor é estar preparado.
É bom levar também um bom estoque de camisetas, meias e peças íntimas, pois não é em qualquer lugar que se acha lavanderia e, como não ocupam muito espaço e como são leves, aproveite e leve várias peças aumentando assim a sua autonomia no seu vestuário.
Alimentação
Exceto frutas e carnes, as aduanas e fiscalizações sanitárias não se incomodan se você estiver levando refrigerantes, água, pães, biscoitos, queijos, café, açúcar, leite em pó, chocolate, então aproveite se quizer levar produtos como esses. Nós levamos uma geladeira portátil da black&decker que funciona a bateria, levamos também um adaptador bi-volt automático para ligar essa geladeira nos quartos quando não tinha frigobar, sendo que mantínhamos dentro dessa geladeira gelo químico que melhorou ainda mais o seu funcionamento. Foi um ótimo negócio comprá-la, assim tínhamos alimentos como queijo, frutas e outros conservados e bebidas geladas.
Particulamente nós gostamos muito de café e na Argentina e Chile o café não que seja ruim, mas tem sabor diferente e que não nos agrada, além de ser caro. Eles não tem hábito de beber tanto café como nós brasileiros, eles consomem mais é a erva mate deles. Um cafezinho na Argentina pode custar até R$ 4,00. Portanto uma saída para diminuir os gastos é você levar o seu pó de café ou nescafé, assim como qualquer outro produto de sua preferência, já que as aduanas não são tão exigentes com alimentos em geral, exceto frutas e carnes.
Serviços
A América Latina ainda não entendeu a força do turismo. Assim como no Brasil, os serviços na Argentina e não são bons. No Chile é um pouco melhor, mas pode e deve melhorar também. Nas fronteiras as aduanas estão equipadas com computadores visivelmente ultrapassados e funcionários despreparados para receber turistas. Um serviço burocrático que retém você muito tempo, às vezes exposto ao frio ou ao calor para um simples carimbo. Levamos cerca de 50 minutos para entrar na Argentina por Uruguaiana, cerca de uma hora para entrar no Chile por Osorno, cerca de uma hora e meia para entrar na Argentina novamente pelo Túnel Cristo Redentor e duas horas para entrar no Brasil por Uruguaiana. Isto porque demos sorte em passarmos nestas aduanas em dias de pouco movimento, pois nos dias de grande movimento as coisas complicam e você pode levar muitas horas. Em nenhuma dessas aduanas fomos recebidos com simpatia e educação. Acho que as pessoas que ali trabalham deveriam ser selecionadas para tal, recebendo o turista com muita simpatia, afinal todo turista está financeiramente bem, caso contrário ele não viajaria. Outra coisa é que todo turista normalmente está feliz, pois está de folga, férias licença ou aposentado. Em resumo, você está recebendo um turista que é um cliente feliz, não é um cliente que está comprando remédio porque está doente, não é um cliente que está comprando peças por que o seu carro quebrou, está recebendo um cliente feliz que tem dinheiro e quer gastar. Outra coisa cansativa e chata é você ficar tanto tempo para entrar num país e logo em seguida começar a ser parado por todos policiais rodoviários quando olham para a placa do seu veículo e veêm que você é estrangeiro. Os postos de combustíveis da Argentina são parecidos com o do Brasil, você chega para comprar um produto, vai pagar por ele e parece que estão lhe fazendo um favor. As vezes tinha que ir buscar o frentista, pois parava o veículo junto a bomba e o frentista não vinha atender, outra coisa era ter que ficar explicando ao frentista que no Brasil os carros licenciados para uso de GNV não possuem licença fixada no para-brisa para poder abastecer. Até nas centrais de turismo vi funcionários aborrecidos e com a cara amarrada, quando ali ele tinha que estar sorridente, independente dos seus problemas pessoais, pois a profissão pede isto. No Centro de Turismo de Colón, Argentina, fomos atendidos friamente por uma funcionária que mais parecia uma policial de fronteira, parecia até que a qualquer momento ela pediria nossos documentos para verificação. Felizmente isto só ocorre em alguns serviços, fora isto o povo Argentino é muito amável, a rivalidade pelo visto está apenas no futebol. O povo Chileno é tão amável e hospitaleiro que é difícil descrever.
Aduanas
Há décadas o
mundo descobriu que o turismo é o investimento número um, a ponto que muitas
cidades vivem muito bem apenas do turismo, no entanto países como Argentina,
Paraguai, Uruguai, Chile e Peru ainda não acordaram para este investimento.
Normalmente nenhum turista viaja se estiver “duro”. O turista está com dinheiro
para gastar e quer gastar, mas quando você chega às aduanas destes países você
vê o pouco caso que os funcionários fazem com o turista e, em muitas vezes, são
grosseiros parecendo que estão lidando com criminosos, isto sem contar na
demora nos atendimentos, razão pela qual você fica horas retido para nada, em
localidades com péssimas infra-estrutura. Quando digo para nada é porque em
todas as aduanas se estivéssemos transportando drogas, armas ou contrabando
atravessaríamos tranquilamente. Então se
não revistam 99,9% das pessoas e seus veículos que ali passam por que então
tanta morosidade quando verificam apenas dados pessoais e do veículo? É
revoltante principalmente quando você vê crianças ou idosos dentro de carros
sob temperaturas extremas. Vimos isto em todas as viagens que fizemos por estes
países e aprendemos que a melhor coisa a fazer é ser “seco” e reclamar, reclamar
muito, claro que sem desacatar o funcionário. Quando eles percebem que você não
é bobo e que briga pelos seus direitos reclamando para quem estiver perto ouvir,
eles procuram se livrar rápido de você, como por exemplo, na segunda viagem em
2011 quando estávamos saindo do Chile pelo túnel Cristo Redentor. Levaram uma hora
e meia para liberarem um carro que estava na nossa frente ocupado por três
suíços. Quando chegou a nossa vez, vendo que não parávamos de reclamar exigindo
mais respeito e consideração, nos liberaram em 20 minutos, mas no final levamos uma hora e meia desde o momento da chegada na aduana até a saída e só não foi mais demorado devido as nossas reclamações.
O Brasil também
precisa melhorar muito no que se refere a turismo, mas pelo menos as aduanas
brasileiras nas fronteiras com estes países funcionam de maneira mais coerente,
sem tantos entraves burocráticos retendo os turistas por muitas horas.
É hora dos
governantes destes países acordarem e melhorarem as condições em suas Aduanas.
Contratem mais funcionários, invistam mais em treinamentos, em equipamentos e
fiscalizem as atuações desses funcionários, afinal gastar em turismo não é
despesa é investimento com excelente retorno líquido e certo em curto prazo.